10 rebrandings que conseguiram reinventar marcas intocáveis

O rebranding de uma marca é um dos processos mais delicados no universo da comunicação e do design.

E quando uma marca é considerada "intocável", ou seja, carrega uma história rica, uma forte identidade visual e um reconhecimento global, a tarefa de atualizar sua imagem sem perder sua essência torna-se ainda mais complexa.

Veja a seguir 10 casos de rebranding de marcas intocáveis que enfrentaram o desafio de se reposicionar sem diluir o valor construído ao longo dos anos.

1. Ford (2000s e 2010s)

Durante a crise financeira de 2008, a Ford percebeu que precisava modernizar sua imagem e atrair um público mais jovem, mantendo sua reputação de confiabilidade e tradição no mercado de automóveis.

A montadora manteve seu logo oval clássico, mas revisitou seus valores de "inovação e qualidade" para atrair consumidores mais exigentes. mas o redesign envolveu uma nova paleta de cores e fontes mais modernas, como o uso de tipografia sem serifa para transmitir uma sensação de contemporaneidade e movimento.

A campanha "Ford. Built to Last" focou na robustez e confiança da marca, enquanto as novas linhas de carros, como o Ford Mustang, foram modernizadas para um público mais jovem. a marca focou em um design minimalista, com ênfase na durabilidade e inovação dos modelos.

Utilizou-se uma abordagem clean, com formas mais simples, mas dinâmicas, que contrastavam com os designs mais pesados e tradicionais da época. O objetivo foi criar um design que fosse moderno e acessível, sem perder a força do legado da Ford.

2. General Electric (GE) (2010s)

A GE, símbolo de inovação no setor industrial, enfrentou o desafio de se reposicionar como uma empresa moderna focada em novas tecnologias como inteligência artificial e energias renováveis.

A companhia modernizou seu logo, adotando uma versão mais simplificada, com linhas mais finas e menos ornamentação. Além disso, a empresa criou um novo sistema de design digital para refletir suas novas áreas de atuação, como IA e sustentabilidade.

O novo logo é uma versão mais minimalista do tradicional monograma, com a tipografia e o símbolo suavizados para uma estética mais limpa e moderna. Essa mudança foi acompanhada por uma reconfiguração dos materiais gráficos, com maior uso de gradientes e texturas digitais.

3. Guinness (2010s)

A Guinness, com mais de 250 anos de história, precisava atualizar sua imagem para conectar-se com um público mais jovem, sem perder o vínculo com a tradição da marca.

A marca manteve seu famoso logo com a harpa irlandesa, mas a atualização no design envolveu uma nova abordagem de embalagens e uma modernização nas campanhas publicitárias. A nova paleta de cores utilizava tons mais sutis e sofisticados, enquanto a tipografia foi afinada para dar um toque mais contemporâneo.

O redesign da embalagem foi feito com base na psicologia das cores e no minimalismo moderno. A tipografia serifada foi levemente ajustada, tornando-se mais limpa e adequada às novas tendências, sem perder a herança da marca.

4. Rolls-Royce (2010s e 2020s)

A Rolls-Royce, uma das marcas mais prestigiosas do mundo, precisava continuar sendo vista como a principal fabricante de carros de luxo, enquanto entrava no mundo dos carros elétricos e mais ecológicos.

Embora o logo icônico da "RR" tenha sido mantido, houve uma evolução no design das campanhas e nos interiores dos carros. A marca optou por uma paleta de cores mais sóbria, focando em tons metálicos e escuros, e uma tipografia mais elegante e futurista.

A estratégia de design utilizou a combinação de formas suaves e linhas elegantes para criar uma estética que remete tanto ao luxo quanto à inovação. Para os modelos elétricos, o design da interface e os materiais dos interiores foram cuidadosamente escolhidos para transmitir modernidade, enquanto a aparência exterior dos veículos manteve os detalhes tradicionais de exclusividade.

5. Heinz (2000s e 2010s)

A Heinz precisou se modernizar para competir com novas marcas de ketchup e alimentos saudáveis, sem perder sua conexão com alta qualidade.

A marca modernizou as embalagens de seus produtos, mantendo a tipografia icônica em vermelho e branco, mas optando por uma abordagem mais minimalista e clean. Foram feitas adaptações no design das garrafas e rótulos para se alinhar às novas tendências de design sustentável.

Também lançou produtos com novos ingredientes e focou em campanhas mais contemporâneas, como a famosa recente campanha "Heinz. Beanz Meanz Heinz".

O redesign da embalagem foi realizado com menos elementos gráficos, enfatizando a transparência sobre os ingredientes. A forma da garrafa também foi suavizada, mantendo a tradicional, mas adaptada para novos conceitos de sustentabilidade.

6. Chanel (2010s)

A Chanel, marca de luxo clássica, precisou se conectar com as novas gerações de consumidores sem perder sua exclusividade e sofisticação.

A marca manteve o icônico logotipo "CC" e os tons de preto e branco, mas as campanhas passaram a refletir a diversidade e a inclusão. As coleções e as vitrines foram remodeladas para criar uma conexão mais emocional com o público jovem, sem perder o glamour.

O design de campanhas e lojas foi reestruturado para criar uma experiência de marca mais imersiva.

7. Bacardi (2000s e 2010s)

A Bacardi também precisava modernizar sua imagem para conquistar um público mais jovem, sem perder sua história e associação com o Caribe e o rum de qualidade.

A marca manteve o logo do morcego, símbolo histórico da marca, mas fez ajustes nas embalagens e campanhas. O foco foi em elementos visuais mais vibrantes, com tipografia mais ousada e a introdução de novas cores para apelar ao público jovem.

O uso de tipografia sans-serif mais moderna e formas geométricas foi incorporado ao design e as cores e padrões gráficos vibrantes foram adotados para dar um toque mais contemporâneo, alinhando a tradição da marca com a vitalidade do público-alvo.

8. Tiffany & Co. (2010s)

A Tiffany precisava modernizar sua imagem para atrair consumidores mais jovens, enquanto mantinha sua associação com luxo e sofisticação.

O logo icônico e a cor "Tiffany Blue" foram mantidos, mas a marca adaptou sua estratégia de marketing e suas campanhas publicitárias para incluir temas de inclusão e diversidade. Novos designs de joias e coleções limitadas foram introduzidos para apelar ao público moderno.

O design da comunicação visual tornou-se mais clean e editorial, utilizando tipografia fina e imagens que destacavam a beleza e a exclusividade das joias. A modernização foi equilibrada com um enfoque nos valores de autenticidade e luxo.

9. Mercedes-Benz (2010s e 2020s)

A Mercedes-Benz precisava se reposicionar para competir com novas marcas de carros elétricos, mantendo sua imagem de luxo e inovação.

A marca manteve seu logo clássico, mas investiu em novos modelos elétricos e tecnologias, como a linha EQ, que refletiam as novas demandas do mercado. A marca também focou na sustentabilidade em suas campanhas.

A Mercedes soube modernizar sua imagem sem perder o vínculo com a tradição. O logo permaneceu inalterado, mas a empresa adaptou-se às novas demandas tecnológicas e ambientais.”

10. Instagram (2016)

O Instagram, uma marca jovem, precisava modernizar sua identidade visual para se alinhar com seu crescimento explosivo, sem perder sua essência de simplicidade e conexão social.

A plataforma optou por um rebranding ousado, simplificando seu logo e criando um ícone mais contemporâneo e minimalista. A mudança gerou reações mistas, mas acabou sendo bem-sucedida à medida que o app se expandia globalmente.

O Instagram fez uma mudança drástica, mas o rebranding foi bem-sucedido porque refletiu sua evolução como plataforma e manteve sua simplicidade, um dos pilares de sua identidade.

Rebrandings de marcas intocáveis

Os rebrandings dessas marcas intocáveis mostram como o design e a estratégia de marca permitem promover mudanças que são impactantes mesmo que visivelmente sutis.

Você lembra de algum outro rebranding de marca "intocável"?